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Foto do escritorMundo Pano Estela

4 filmes e 4 livros sobre antirracismo e diversidade, para você e seu filho (a)

Nessa semana, na luta pela consciência negra, precisamos reforçar o quanto é importante o enfrentamento do racismo estrutural. Porque mais do que ensinar a nossos filhos sobre isso, é uma oportunidade para nós, adultos, nos reeducarmos.


Mas o que é o racismo estrutural? Podemos entender esse termo como a naturalização de ações, hábitos, situações, falas e pensamentos que já fazem parte da vida cotidiana do povo e que promovem, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial. Ou seja, ações racistas que temos todos os dias quase que inconscientemente, pois não nos damos conta no momento por estar tão enraizadas dentro da gente.


Nós da Mundo Pano acreditamos que só se combate esse racismo profundo e urgente com cultura e conhecimento. Trazendo esse preconceito que está lá arraigado, aprofundado, para o nível da consciência. E só conseguimos isso sabendo da nossa história, obtendo informações sobre nossos ancestrais, sobre as lutas, as camadas sociais e seus desdobramentos e tudo o mais que contribuiu para nos formar como a sociedade que somos hoje. Afinal, somos o resultado tanto das nossas conquistas quanto das falhas do nosso passado.


E nossos filhos são também o resultado das nossas ações e exemplos. Por isso, o tema do racismo é um dos mais urgentes a ser tratado com nossos frutos, é uma responsabilidade social promover esse conhecimento aos pequenos e ajudar a semear seres humanos mais amorosos em uma sociedade tão desigual e injusta quanto à nossa.


Daí a gente teve uma ideia. Como a cultura é algo que ajuda a gente a nos perceber como seres humanos de forma mais sensível e empática, a formar nosso caráter e questionamentos acerca de assuntos diversos e a desenvolver nosso senso crítico, achamos que poderia ser uma boa passar aqui pra vocês umas dicas de filmes e livros que podem auxiliar nesse questionamento e trazer fatos históricos e resoluções importantes como ferramenta e alimento para a família.


 

LIVROS


Mandela, o africano de todas as cores ( de Alain Serres )



Alain Serres nasceu em Biarritz, na França, em 1956. Foi professor de jardim de infância durante treze anos e sendo de um país cuja a imigração africana é latente como a França e a cultura desse povo ter sido tão disseminada entre as metrópoles, acredito que tenha sido um assunto muito até fundamental para o escritor abordar. Símbolo de coragem e paz para toda a humanidade, Nelson Mandela liderou a resistência contra décadas de apartheid na África do Sul e é amado e admirado no mundo inteiro. Depois de 27 anos na prisão, reconquistou enfim a liberdade e, em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro de seu país.


Tudo bem ser diferente ( de Todd Parr )



Mais do que racismo, esse livro de Todd Parr, fala sobre diversidade, que acredito ser a base de ensinamento a uma criança: que tudo bem ser diferente. A criança entendendo isso de forma natural desde pequena, dificilmente deixará estruturar qualquer preconceito sobre outro ser humano. Livro muito interessante, pois é simples, direto, didático e super visual.


Sulwe ( de Lupita Nyong'o )



A escritora desse livro Lupita, ficou conhecida por ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme "12 anos de escravidão", em 2013. Na história, a autora revela o cotidiano solitário da personagem Sulwe, que não tem amigos e se sente sozinha, diferente de todas as pessoas de sua família e das crianças da escola. Seu nome significa estrela e assim como o astro luminoso, o desejo de clarear sua pele vai ser determinante em vários momentos. E junto com sua mãe, descobre de maneira lúdica e poética a beleza e o brilho de sua pele.



Anansi: o velho sábio ( de Kaleki e Jean-Claude Götting )



Kaleki traz aqui a importância de refletir e saber ouvir os outros, levando em conta, antes de tudo, a opinião das mulheres, sua sabedoria e seu espírito prático. Este é um livro da Companhia das Letrinhas que revela parte da mitologia axânti, onde a história da aranha Anansi simboliza as crenças e os costumes daquela sociedade, como acontece em todo o continente africano, onde o conhecimento e as tradições se transmitiam oralmente, por meio dos griots, os grandes contadores de histórias. É muito legal por ver o personagem transmitindo uma forma de conhecimento cultural de maneira simbólica através da história e cultura local, acessando assim o entendimento dos costumes e crenças de um povo tão presente na nossa cultura, os africanos.


 

FILMES


Kiriku, os homens e as mulheres ( de Michel Ocelot )



Ao saber que a vila onde mora na África está sendo ameaçada por um ser maligno, uma criança pequena e seu tio guerreiro decidem lutar contra a força do mal. Na batalha para salvar a vila eles encontram novos amigos e enfrentam muitos inimigos.

Esse filme é super de cabeceira. Ele fala de racismo, de tribo, da importância da história, da coletividade, de feminismo e mais que tudo, da perseverança e da prosperidade. Sou muito fã do Ocelot.

Veja aqui o trailer.


Dilili em Paris ( de Michel Ocelot )



Essa animação conta a história de uma menina negra, uma princesa, de origem Kanak, muito astuta que viaja pela Paris da Belle Epoque. Ocelot mais uma vez critica o racismo, relacionando-o, inclusive, ao colorismo, e também faz duras críticas ao machismo e à misoginia, além de exaltar a sororidade e explicar sobre privilégio em “Dilili à Paris""

Veja aqui o trailer. Dúdú e o Lápis Cor da Pele ( curta de Miguel Rodrigues )



Um certo dia há uns 3 anos atrás cometi um erro quando, ao procurar uma caixa de lápis de cor para meu filho em uma papelaria, disse que aquele que ele pegou não vinha com o tom de pele. Ele disse: que pele? Mas tem um monte! Me quebrou NO MEIO. Foi nessa época que passei a entender como realmente conceitos horríveis estão arraigados em nossa cultura desde a infância e às vezes passam despercebidos em nosso cotidiano. Na hora eu abracei ele forte e disse que me ensinava muito e que o que ele disse é a mais pura verdade. Nesse dia meu erro foi produzir algo que aprendi na sala de aula com minha professora na infância e que me foi repetido diversas vezes durante minha vida. Algo sobre o tom de um lápis, algo limitante sobre cor e raça. E esse é um exemplo do racismo estrutural que citei no começo desse artigo. O fato de eu sempre ensiná-lo a respeitar as diferenças, até por isso para ele tom de pele é diverso, não significa que eu não tenha estruturado em mim termos antigos e racistas que minha geração branca aprendeu e que infelizmente nos afastou da realidade e nos distanciou dessa diversidade e da história linda que a gente podia ter tido se não houvesse esse distanciamento. É nossa responsabilidade aprender e desconstruir diariamente e nossas crianças muitas vezes nos dão boas aulas. Por isso, indico esse filme tão importante!

Assista completo aqui!


Hair Love ( curta de animação de Matthew A. Cherry )



Hair Love é falar sobre representatividade de forma sutil e delicada. Conta a história de um homem que vai pentear o cabelo da filha pela primeira vez. Aceitação, autoconfiança e amor são sentimentos que permeiam os mais de 7 minutos dessa missão do pai se entendendo nesse contexto de arrumar o cabelo da filha. É muitooo fofo!

Assista completo aqui!



Alguma outra sugestão de leitura ou filme? Comente aqui e deixe a gente saber! Acreditamos na disseminação da cultura de paz através do aprendizado <3






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