Entre 1 a 12 anos, crianças desenvolvem um profundo vínculo com bichos de pelúcia. Essa profundidade se dá de diversas maneiras ao se relacionar: a criança dorme com o bichinho, conversa com ele, o transforma no personagem principal no enredo de suas histórias...
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A profundidade atinge seu pico em uma escala mais íntima, quando a criança o transforma em um confidente, imaginando até o bichinho como um amigo imaginário que toma conta dele, que dá conselhos, que cuida. A criança cria a voz do amigo, as frases que fala, e dirige a forma como quer ser cuidado, sendo o bichinho um espelho dele mesmo e do que quer receber. Criando, assim, uma voz cheia de compaixão e piedade a si mesmo.
Pode parecer estranho, mas quem nunca falou sozinho, não é mesmo?
Nesse universo, a criança cria um faz de conta com personalidade do bicho, dando vida a ele.
Quem já viu o filme “Divertida Mente”, vai se lembrar de Bing Bong, o bichinho de pelúcia da Riley, que é parte golfinho, tem trompa de elefante, corpo de algodão doce e cauda de gato. O mais interessante é que os diretores queriam algo bem real e então Bing Bong foi criado pela filha de 7 anos de Kim White, diretora de fotografia e iluminação do filme.
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O pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott, escreve com muita sensibilidade e seriedade sobre bichos de apego.
Durante nossas vidas, conforme vamos crescendo - diz Winnicott - desenvolvemos essas vozes internas que muitas vezes são punitivas e negativas, nos culpando, repreendendo a nós mesmos. Mas o que psicanalista também descobriu é que nosso bem estar mental e nossa positividade e auto estima futuras dependem do repertório de vozes internas e conversas ternas, que perdoam e dão esperança. E a gente aprende isso com nossos bichinhos de apego, que são nossos conselheiros positivos de nós mesmos, nos dando mensagens de amor e força.
Eles são ferramentas para nos ajudar em nossos primeiros passos no empreendimento vital que é cuidarmos de nós mesmos.
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Vejam abaixo o vídeo que o School of Life fez sobre o tema
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